Novembro já se foi, e em breve dizemos o mesmo a 2009, no entanto, o espírito de reflexão gerado a partir do 20 de novembro e o mês da consciência negra não deve cair no esquecimento para vir a tona somente na próxima primavera,... dia de Zumbi, dia de Reflexão tem de ser todos os dias, o ano todo, é assim que pensamos, e é desta maneira que
tod@s deveríamos encarar este assunto.
De antemão, já queremos agradecer o coletivo Kilombagem que nos propiciou uma rica discussão sobre o tema de como o negro é marginalizado em nossa sociedade "livre" capitalista, onde questionamos o porque de quase não haver estudantes negros nas universidades (um exemplo evidente para nós é o caso da Universidade Fundação Santo André, que fica a metros da "favela" da Sacadura onde fica nossa Casa de Capoeira, e que não vê entre seus alunos, seus vizinhos. Como se houvesse um "muro de Berlin" separando os dois mundos). São inúmeros os dados que provam que o racismo esta mais que presente nos dias atuais, questionando o mito da democracia racial formulado por Gilberto Freyre, é só abrir os olhos e os jornais para ver que: mulheres negras ganham menos da metade que um homem branco, isto é, quando arrumam trabalho, pois as oportunidades são bem menores; e também que o número de negros em penitenciarias é superior ao número de brancos... enfim, vivemos numa sociedade excludente e racista sim, e devemos da maneira que podemos lutar para que as coisas mudem.
"É nego, é nego, é nego oi Kalunga, Capoeira é nego oi Kalunga!"...
O sesc Pompéia no contexto de Novembro, promoveu uma série de atividades culturais
relacionadas ao afro-brasileirismo, e o Grupo No Fio da Navalha foi um dos convidados a representar a Capoeira. Durantes quinze dias houveram aulas ab
ertas para crinaças e adultos, estas aulas foram ministradas por Contra-mestre Cenorinha, e também pelos alunos Buias e Berote. Além das aulas também houveram rodas de apresentação no espaço da Oficina de Criatividades.
E dentro das festividades do Mês da Cosnciências Negra, também marcamos presença na cidade de Sumaré, interior d
e São Paulo, onde aconteceu o I Aprenda a aprender! com oficina de movimentação com Contra-mestre Cenorinha, o evento c
ontou com a presença de outros capoeiristas, entre eles Mestre Bacana, que ministrou uma oficina de capoeira regional durante a tarde. Sumaré é também a casa do No Fio da Navalha, Márcio ministra aulas de Capoeira Angola.
No Fio da Navalha: Santo André e Sumaré (onde Márcio - ao lado direito de Cenorinha - ministra aulas de Capoeira Angola).
Para frisar novamente, esperamos que o espírito do mês da Consciência Negra se estenda durante todo o ano que esta por vir, e que disto, a flôr da igualdade possa brotar neste jardim de espinhos que é capitalismo. Axé!
